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"O que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé."
1 João 5:4
“Pretendo falar de um novo tipo de cavaleiro, absolutamente desconhecido nas eras precedentes, que, sem poupar energias, trava uma luta num duplo fronte:
uma luta contra a carne e o sangue, mas também contra os espíritos malignos espalhados nos ares.”
(São Bernardo de Claraval. De Laude Novae Militae ad Milites Templi)
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Entende-se por virtude, segundo a tradição latina, "uma disposição habitual e firme para praticar o bem", cuja contraparte é o vício, contra o qual a virtude empenha batalha perene.
Tendo sido fiéis devotos de Cristo, a Ordem do Templo primou pela prática das virtudes cristãs, que podem ser assim sistematizadas:
As virtudes teologais são três: fé, esperança e caridade; enquanto as virtudes morais, também designadas como virtudes humanas ou virtudes cardeais (ou cardinais), são quatro: prudência, justiça, fortaleza (ou coragem, ou fortitude, a depender da tradução) e temperança. A Igreja considerou as virtudes cardeais como "dobradiças", uma vez que abririam as portas para outras virtudes, reunindo-se todas as virtude possíveis em torno delas.
A combinação das virtudes teologais e cardeais levou, por sua vez, à sistematização das sete virtudes celestiais ou sete virtudes cristãs. São essas as virtudes adotadas pela Santa Sé e que podem ser consideradas, em raros tratados, como opositoras dos sete pecados capitais. Enfrentando-se ambos os sentenários, em forma de binômios opostos, uma forma de organização possível seria a seguinte: luxúria/castidade; inveja/caridade; gula/temperança; preguiça/diligência; ira/paciência; avareza/liberalidade (ou bondade ou benevolência); soberba/humildade.
No entanto, as sete virtudes mais difundidas por todo o Ocidente Medieval, decorre de outra fonte: o poema "Psicomaquia", datado do século IV, do escritor cristão Prudêncio, que assim as concebeu: castidade, caridade, temperança, diligência, paciência, bondade/benevolência e humildade.
É possível encontrar, na tradição eclesiástica, outras sistematizações, como aquela que enumera doze virtudes: caridade, alegria, paz, paciência, bondade, longanimidade, benignidade, mansidão, fidelidade, modéstia, continência, e castidade (Gl 5, 22-23 segundo a Vulgata).
Dentre elas, a caridade é o "vínculo da perfeição" (Cl 3, 14) e a forma de todas as virtudes. 1845. Essas virtudes dialogam, por sua vez, com os sete dons ou as sete virtudes do Espírito Santo, dados aos cristãos: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor a Deus.
São Bernardo de Claraval, a quem coube o feito de apresentar ao Papa Honório II, no Concílio de Troyes em 1129, a “Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão”, foi quem conciliou as virtudes eclesiásticas com as virtudes militares, chegando à forma das virtudes do digno cavaleiro de Cristo. Sendo as principais virtudes monásticas a mansidão, a prudência e a temperança; somaram-se a elas as virtudes cavaleirosas da coragem, fortaleza e justiça.
Essa é a origem das sete virtudes de um Cavaleiro Templário, a saber:
FÉ * ESPERANÇA * CARIDADE * JUSTIÇA * PRUDÊNCIA * FORTALEZA * TEMPERANÇA
Essas são as virtudes que nos foram legadas pelo martírio daqueles que tombaram em sua defesa, agigantando-se para a imortalidade e desvelando-nos o caminho a seguir, do peregrino ao cavaleiro!
Rodrigo Medina Zagni (ESGM)